30 de agosto de 2011, essa foi a data em que o Blockchain foi lançado, surgindo como um banco de dados imutável capaz de reforçar a segurança de dados e combater falsificações.
Quando se fala em Blockchain, as pessoas imediatamente associam a tecnologia ao Bitcoin, uma criptomoeda livre e descentralizada que usa do Blockchain para garantir a segurança nas transações financeiras. Mas ele não se resume a isso, podendo ser aplicado em diversas e diferentes verticais de negócios.
De acordo com relatórios da Statista, o setor financeiro responde atualmente por mais de 30% do valor total de mercado do Blockchain. O setor de manufatura vem em seguida com 17,6%, depois o setor de distribuição e serviços (14,6%) e o setor público (4,2%).
Para a PwC, o fator número um que impulsiona a adoção do Blockchain é a sua proveniência. A tecnologia é flexível e tem potencial para ajudar empresas dos mais variados nichos e de diversas formas. Por exemplo:
- Verificando a fonte original de produtos;
- Rastreando a cadeia de suprimentos;
- Minimizando problemas relacionados à fraude e contaminação.
Em uma pesquisa da Deloitte, 52% de todos os entrevistados dizem acreditar que o Blockchain terá valor, também, para a verificação de clientes. E graças a isso (e outros fatores), pode-se esperar que o valor de negócios gerado pelo Blockchain cresça exponencialmente, alcançando a marca de US$ 176 bilhões até 2025 e US$ 3,1 trilhões até 2030, segundo o Gartner.
Certamente, o Blockchain não se limita às criptomoedas. A tecnologia é ampla e tem potencial para atender diferentes necessidades de negócio.
6 usos de Blockchain que vão além das criptomoedas
1- Propriedade intelectual de imagem
“Caiu na internet é de domínio público”. Será?
A Kodak, companhia americana que fabrica produtos relacionados à fotografia, firmou uma parceria com a WENN Digital para lançar uma plataforma de gerenciamento de direitos de imagem baseada em Blockchain.
O objetivo? Dar aos fotógrafos e agências um maior controle na gestão de seus direitos.
O projeto é auspicioso, combinando Inteligência Artificial, pagamentos com criptomoedas e metadados. A plataforma fará varreduras pela internet em busca de qualquer violação de propriedade intelectual. De tal modo, os fotógrafos poderão licenciar seus trabalhos novos ou arquivados dentro da própria solução.
2- Eleições presidenciais
Altos custos gerados pelos processos eleitorais serão reduzidos no futuro? Ao que parece, sim. O primeiro passo já foi dado!
A Comissão Nacional de Eleições da Serra Leoa, país da África Ocidental, entrou em contato com a Agora, ecossistema de votação baseado em Blockchain, para atualizar seu processo de votação, em março de 2018.
A capital, cidade mais populosa do país, teve votação baseada na tecnologia. Nessa situação, cada um dos votos foi registrado em um Blockchain privado, onde apenas os funcionários encarregados por supervisionar as eleições tinham acesso às informações.
3- Transferências bancárias internacionais
Transações internacionais costumam gerar altas taxas bancárias, mas isso pode ser solucionado com a tecnologia.
O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas pretende economizar milhões de dólares em taxas de transferência bancária com o Blockchain, usando seu próprio sistema de pagamentos baseado no Ethereum.
O chefe do laboratório de inovação do WFP, Bernhard Kowatsch, disse à rede de televisão Bloomberg que a aplicação do sistema poderia cortar até 98% as taxas de transferência bancária.
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4- Identificação eletrônica
Blockchain já é usado em nível nacional por países que querem manter 100% da privacidade dos dados.
Após sofrer ataques cibernéticos em 2007, a Estónia — considerada pioneira na adoção de tecnologias digitais na Europa —, desenvolveu a sua própria rede Blockchain para garantir a integridade dos dados armazenados nos repositórios do governo e proteger suas informações contra ameaças internas.
A Ksi, nome dado para a solução, é usada desde 2007 para suprir as necessidades dos mais variados nichos, desde saúde, governança, educação, investigação, identidade, entre outros.
5- Gestão da cadeia de suprimentos
O consumidor poderá saber a procedência dos alimentos que consome e as empresas serão beneficiadas.
O Walmart, multinacional de lojas de departamento, está realizando testes com a IBM para acompanhar as etapas da cadeia de suprimentos dos seus produtos. A ideia é usar o Blockchain para monitorar toda a transição logística e fornecer ao consumidor alimentos mais frescos e mais rapidamente.
Para Frank Yiannis, vice-presidente de Segurança Alimentar da Walmart, se o projeto for um sucesso, a marca será muito beneficiada. Isso vai aumentar a confiança da empresa como do próprio cliente acerca da procedência dos alimentos vendidos.
6- Gerenciamento de identidade
Processos burocráticos, como verificação e validação de identidades serão agilizados, e os usuários terão acesso aos serviços em questão de segundos.
A SecureKey, provedor de identidade e autenticação que simplifica o acesso do consumidor a serviços e aplicativos online, anunciou que fará uso da plataforma “Blockchain as a service”, entregue pela IBM, para simplificar o trabalho dos usuários ao verificar suas identidades.
No aplicativo, os clientes terão liberdade para escolher o novo esquema de verificação, selecionar quais dados querem compartilhar e, principalmente, com quais organizações.
O produto já está sendo testado no país norte-americano, Canadá, pelos bancos Desjardins, RBC, BMO, CIBC e Scotiabank.
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